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quarta-feira, 27 de maio de 2015

PARA FEFLETIR

Perfil elitizado de médicos é um dos desafios ao atendimento básico da saúde, avaliam especialistas.

Médicos populares e professor acreditam que, para democratizar a medicina brasileira, é preciso mudar o currículo das universidades. Eles criticam a formação voltada para mercado.


Por José Coutinho Júnior, da Redação do jornal Brasil de Fato.

Mulheres, jovens, brancas, que moram com os pais, nunca trabalharam e sempre estudaram em escola privada. Este é o perfil da maioria dos recém-formados em medicina no estado paulista, segundo levantamento do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). A pesquisa ainda está sendo finalizada, mas dados preliminares foram divulgados pelo presidente do conselho, Bráulio Luna Filho, em seminário sobre saúde organizado pelo jornal Folha de S. Paulo.

Os dados relativos à São Paulo correspondem à realidade do perfil dos médicos em todo país. Um questionário do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2013 constatou que 56,1% dos que fizeram a prova eram mulheres, com 33,9% tendo entre 25 e 29 anos.

Do total de estudantes, 73,6% se declararam como brancos. Os que se declararam pardos/mulatos corresponderam a 21,3%. Já os que disseram ser negros representavam 2,3% do universo. Além disso, 2,3% dos estudantes se declararam amarelo (de origem oriental) e 0,4% se declarou como indígena ou de origem indígena.

A pesquisa do Enade também aponta que a faixa de renda familiar mensal mais comum para os estudantes de medicina foi a de dez a 30 salários mínimos (R$ 6.780,01 a R$20.340,00). Além disso, 84% dos estudantes marcou a seguinte afirmação no questionário: “não tenho renda e meus gastos são financiados pela minha família ou por outras pessoas”.

O Brasil de Fato conversou com profissionais de saúde para entender os desafios resultantes desse perfil elitizado dos médicos formados no Brasil.

Na avaliação do professor Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), o perfil corresponde à elitização do ensino superior como um todo. “Outros cursos muito concorridos apresentam perfis similares. O agravante é que a medicina é um curso muito caro, que pessoas de renda mais baixa não conseguem acessar via Fies [Financiamento Estudantil] ou Prouni [Programa Universidade para Todos] na mesma proporção dos outros por conta dos preços da mensalidade”, apontou.

O médico da família e supervisor do Programa Mais Médicos, Renato Penha, diz não se surpreender com os números. “É pouco comum encontrar pessoas que trabalham e fazem cursos de medicina ao mesmo tempo, porque a carga horária do curso é pesada, o que limita o acesso dos mais pobres. Outros perfis, como indígenas ou negros, mesmo com a política de cotas, são pouco comuns por conta da concorrência”, avaliou.

Scheffer faz a ressalva de que esse perfil de formandos, apesar de centralizar a medicina em um determinado extrato social, não é único responsável pela elitização da área. “Não podemos generalizar. Cerca de 75% dos médicos que se formam trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS), que continua sendo o maior empregador de médicos do país. É óbvio que há médicos que trabalham apenas na estrutura privada, mas muitos se revezam nas duas estruturas”, ponderou.

Formação mercadológica

O tipo de formação oferecida nos cursos de medicina brasileiros, no entanto, segue um viés técnico, voltado para o mercado, na qual as especialidades que dão mais dinheiro acabam sendo as escolhas principais dos formados. É o que avalia Joana Carvalho, médica da família no Rio de Janeiro e orientadora na especialização de Saúde da Família.

“O currículo médico hoje nas universidades tem pouco contato com a atenção primária à saúde, que é a estratégia de Saúde da Família. Os estudantes nem conhecem e tem um discurso do senso comum e dos próprios médicos de que a saúde pública é inferior, para pobre, que não tem condição de pagar serviço de saúde de qualidade. Isso precisa aparecer de uma forma mais presente na graduação dos médicos, para que os preconceitos desapareçam”, declarou.

Penha acredita que é preciso também regular a influência que a iniciativa privada exerce na saúde pública. “O cerne é conseguirmos concretizar uma política pública de saúde de qualidade e regular o mercado. Para termos um sistema público e universal, precisamos de pessoas que trabalhem nele, que sejam voltados a ele. Hoje temos a formação na esfera pública, mas o discurso privado é muito forte, priorizando especializações que fogem da área social”, criticou.

Scheffer concorda que o currículo dos cursos deve estar referenciado na sociedade. “Vinte mil médicos são formados todo ano. Os cursos precisam formar profissionais com perfil adequado para a área social, para levar a lugares distantes onde não há médicos. E isso só vamos conseguir com políticas publicas de saúde, remuneração e valorização desses médicos”, afirmou.

Mais Médicos

O Programa Mais Médicos, além de levar médicos para áreas carentes e remotas, propõe medidas que pretendem mudar a lógica da formação de medicina no país. Um alvo dessas mudanças são as diretrizes curriculares dos cursos de medicina, dando um foco maior à atenção primária e a abertura de novos cursos e vagas.

Renato acredita que as ações do Mais Médicos podem ser um começo para estruturar um sistema público eficiente. “Há dificuldades de estruturar nosso sistema público de saúde, para que além de formado nele, o profissional seja ativo nele. Por mais que façamos todas iniciativas possíveis e imagináveis, se não mudarmos isso, não vamos avançar”, aposta.

O programa tem como meta, de acordo com o Ministério da Saúde, a criação de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil de residência médica, nas áreas prioritárias para o SUS até 2018.

Seguindo essas diretrizes, o Ministério da Educação (MEC) lançou edital no início de abril para abrir mais de 1.800 vagas em cursos de medicina, em universidades particulares de 22 cidades de oito estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Desta forma, prevê o edital, locais com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e detentores de altas taxas de desigualdade social serão contemplados.

Scheffer aposta na mudança no currículo como meio para que mais profissionais pratiquem medicina social. “Fixar médicos em locais remotos é uma dificuldade em todos os países, não há uma formula para resolver o problema. Outros países ja tentaram de tudo, como oferta de salários altos, contratação de médicos estrangeiros, bônus financeiro. Mas os países que tiveram maior sucesso foram os que mudaram a formação, para que os médicos se interessassem por esse perfil social da medicina”, apontou.

Para Joana, a medida é positiva. “A ação imediata de trazer os médicos é importante, mas a ação a longo prazo, que é formar mais médicos e mudar o tipo da especialização, tornando a residência obrigatória a todos estudantes, pode regular essa lógica de especializações que são feitas a partir dos interesses da categoria, sem levar em conta as necessidades da população”, conclui.

Interiorização

Para Scheffer, as vagas novas, por serem em universidades particulares, não vão democratizar o acesso aos cursos de medicina para os mais pobres, mantendo o mesmo perfil elitizado de estudantes na universidade. “A política de abertura de novos cursos e expansão de vagas em medicina não dá sinais de que isso vá ser acompanhado de uma democratização do acesso, por afastar a maioria dos beneficiários do Fies e Prouni, por conta das mensalidades caras e do vestibular concorrido nas universidades públicas”.

O MEC informou, por meio de nota à reportagem, que o edital de chamada para abertura de novos cursos de medicina buscou garantir critérios para que se tenha uma maior inclusão social, como a seleção dos municípios em regiões carentes e que sejam desprovidas de cursos de medicina. Para selecionar essas áreas, serão oferecidas pontuações extras, por exemplo, para aqueles que apresentarem um Plano de Ofertas de Bolsas para alunos com base em critérios socioeconômicos.

"O programa objetiva oportunizar às populações destes municípios a acessarem estas vagas, tanto pelo programa de bolsas que obrigatoriamente deverá ser ofertado pelas IES [Instituições de Ensino Superior] selecionadas, como considerando, complementarmente, os demais programas de financiamento e inclusão já existentes no MEC, como o Prouni [Programa Universidade Para Todos], o Fies [Financiamento Estudantil] e a política de cotas que deve ser obedecida nos termos da lei”, assinala a nota.



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sábado, 23 de maio de 2015

INFELIZMENTE ESSA DOENÇA AINDA NÃO TEM CURA






ELA: doença degenerativa que atinge
 mais homens do que mulheres
Dr. João Roberto Pereira*

  
Trata-se de uma doença que ainda envolve muitos estudos científicos uma vez que não se conhece plenamente a causa.

O correto é sabermos diretamente o que causa. Sabendo a causa, saberemos a cura.

A ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) se desenvolve degenerando irreversivelmente os neurônios da ponta anterior da medula espinhal, trato corticoespinhal lateral, trato piramidal direto e encéfalo.

Pesquisada por centenas de cientistas em todo o mundo, ainda não se conhece a sua exata etiologia, progredindo, inexoravelmente, entre três a cinco anos, em média, sem qualquer recurso terapêutico eficaz.

Afeta indivíduos adultos, geralmente após os 50 (maior incidência entre 50 e 60 anos, cerca de 32,4% dos casos), predominando no sexo masculino na proporção de três homens para duas mulheres.

Dentre os principais sintomas, apontam-se fraqueza e atrofia musculares, acometendo um membro e progredindo para outros, câimbras e fascilações, pequenas contrações musculares visíveis e intensas, percebidas pelo paciente e examinador, podendo ser um sinal inicial da doença, rigidez muscular e reflexos profundos vivos.

A alteração na articulação da fala, o enfraquecimento da voz e a dificuldade de deglutição podem apresentar-se inicialmente ou no decurso da doença.

Na sua fase mais crítica os indivíduos afetados apresentam paralisia completa dos membros, não conseguindo mais caminhar nem se mover.

Mais de vinte importantes e potentes medicamentos foram utilizados ao longo dos anos e até agora não há referência pelos pacientes, familiares, médicos e cuidadores de qualquer indício de melhora real ante o uso de fármacos. O melhor que se pode fazer é oferecer medidas de suporte para amenizar o sofrimento do paciente.

* Médico do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (SP). Entrevista publicada na Folha do Servidor Público, set. 2014, p. 9.


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sábado, 16 de maio de 2015

LEMBRETE - REUNIÃO ORDINÁRIA DESTA COMISSÃO




Na próxima quarta-feira, dia 20, às 14 horas, realizaremos nossa quarta reunião ordinária deste ano.  

Sua participação é muito importante!

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sexta-feira, 15 de maio de 2015

15.ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE


Vídeo mobiliza população para 15.ª Conferência

 Nacional de Saúde




O Ministério da Saúde e o Núcleo de Estudos em Saúde Pública da UnB produzem vídeo para mobilizar a sociedade para a 15ª Conferência Nacional da Saúde. A Ouvidoria Geral, Departamento de Apoio à Gestão Participativa e Núcleo de Estudos em Saúde Pública/UnB se unem para envolver cidadãos nos debates sobre o SUS.


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quarta-feira, 13 de maio de 2015

DOSSIÊ DO MOSQUITO DA DENGUE


Ciclo de vida do mosquito


O jornal Folha de São Paulo traz hoje uma interessante matéria sobre o mosquito da dengue: um completo dossiê sobre como ele se reproduz, de onde veio e como transmite a doença.




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sábado, 9 de maio de 2015

VEM AÍ A 13.ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE




LOCAL: CENTRO DE SAÚDE POMPEIA
DATA: 15/05/2015
HORÁRIO: 14 h

“Saúde Pública de qualidade para cuidar bem das pessoas”. A máxima da 15ª Conferência Nacional e da 13.ª Conferência Municipal de Saúde tem como objetivo avaliar a situação da saúde, propor condições de acesso, definir diretrizes para as políticas públicas e fortalecer o controle social no SUS.

Tendo a participação popular como elemento fundamental no processo de construção dos serviços de saúde, as etapas que precedem a 15.ª Conferência Nacional de Saúde, prevista para novembro, em Brasília, serão realizadas no decorrer deste ano.

Em Belo Horizonte, as etapas locais, que acontecem nas Unidades Básicas de Saúde tem data prevista para abril e maio. Já as etapas distritais acontecerão durante o mês de junho, antecedendo a Etapa Municipal prevista para julho. Antes da Etapa Nacional, ainda procederá a Etapa Estadual, entre julho e setembro. 

O eixo temático da conferência será “Direito do Povo Brasileiro”. O evento, considerado o maior na área da saúde brasileira, já obteve diversas conquistas na saúde com este processo de participação, como a criação do próprio Sistema Único de Saúde (SUS), que teve as diretrizes aprovadas, em 1986, durante a 8.ª Conferência Nacional de Saúde. Todo o processo de fortalecimento da atenção básica, melhoria do acesso a insumos e medicamentos, qualificação da atenção psicossocial, aprimoramento do acesso à população por meio da implantação das redes de atenção, também são fruto das discussões realizadas nas conferências.

De acordo com o Primeiro Secretário do CMSBH, Wallace Medeiros Xavier, o maior desafio desta gestão é a organização da 13.ª Conferência Municipal. “Iremos realizar 147 conferências locais, nove distritais e uma municipal. Este ano a conferência será um pouco diferenciada. Antigamente as Conferências de Saúde do Trabalhador e de Saúde Mental eram feitas separadas, e este ano será uma única conferência para todos”, declara.

Ainda de acordo com o Wallace, o CMSBH espera um grande número de participantes. “Pretendemos ter mais atores que antes não participavam desta Conferência porque tinham a deles próprias. Esperamos realizar uma conferência com qualidade, que seja fortalecida tanto nas bases locais quanto nos distritos e uma forte participação da população belorizontina”, finaliza.

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terça-feira, 5 de maio de 2015

AVISO


CAMPANHA DE VACINAÇÃO CONTRA 

GRIPE DO IDOSO


Começará no próximo sábado, dia 9, a Campanha de Vacinação Contra Gripe do idoso na Unidade de Saúde da Pompeia.




Nos idosos a chance de uma simples gripe progredir para uma doença respiratória mais grave é muito grande.  Doenças respiratórias, tais como bronquites e pneumonias são muito graves e responsáveis por grande número de mortes em idosos. 

Portanto, é muito mais fácil evitar uma gripe do que ter de tratar uma bronquite ou, até mesmo, uma pneumonia.

A vacinação ocorrerá no período de 9 a 22 de maio nos seguintes horários:

De segunda a sexta-feira: de 9 h às 18 h.

Aos sábados: de 8 h às 17 h.

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    Por questão de foro íntimo, estamos encerrando nesta data as atividades deste blog .