Ministério da Saúde
propõe novo tratamento para hepatite C
Novos medicamentos
garantem percentual maior de cura, tempo reduzido de tratamento (12 semanas) e
a vantagem do uso
oral. Medicamentos devem passar pela
Anvisa e Conitec.
O Ministério
da Saúde propõe a incorporação de novos medicamentos para o tratamento de
pacientes com hepatite C. A decisão é resultado do consenso de especialistas,
que avaliaram os medicamentos sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir. As
evidências científicas apontam que os novos medicamentos apresentam um
percentual maior de cura, tempo reduzido de tratamento (12 semanas) e a
vantagem do uso oral. A aprovação definitiva para o uso no SUS, no entanto,
dependerá da avaliação pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS) e da finalização do processo de registro pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O país será um dos primeiros a
adotar essa nova tecnologia na rede de saúde pública.
Por
solicitação do Ministério da Saúde, a Anvisa está priorizando a análise do
registro de dois deles, o Sofosbuvir e o Daclatasvir. O terceiro, o simperevir,
já está em processo de análise pela agência. O Ministério da Saúde solicita
prioridade quando o medicamento apresenta interesse estratégico para o SUS, por
se tratar de tecnologia inovadora que proporciona benefícios aos pacientes.
Paralelamente a esse processo, os medicamentos também estão sendo analisados
pela Conitec. Para que seja incorporado, os medicamentos devem obedecer às regras
da Comissão, que garantem a proteção do cidadão quanto ao uso e eficácia do
medicamento, por meio da comprovação da evidência clínica consolidada e o
custo-efetividade dos produtos. Depois de registrados na Anvisa e concluída a
aprovação pela Conitec, a estimativa é
que os novos medicamentos beneficiem cerca de 60 mil pacientes do SUS, nos
próximos dois anos.
A hepatite C
é causada pelo vírus C (HCV). A transmissão se dá, dentre outras formas, por
meio de transfusão de sangue,
compartilhamento de material para uso de drogas, objetos de higiene pessoal
como lâminas de barbear e depilar, alicates de unha ou outros objetos que furam
ou cortam na confecção de tatuagem e colocação de piercings. Estima-se que até
3% da população mundial pode ter tido infecção por esse vírus, o que
corresponde a 185 milhões de pessoas. No Brasil, a prevalência do vírus na
população é em torno de 1,4% a 1,7%, principalmente entre os maiores de 45
anos. Vale ressaltar que as medidas de proteção, que hoje são adotadas para
transfusões de sangue e uso de injeções, não existiam nas décadas anteriores
aos anos 1990.